sexta-feira, 23 de junho de 2017

se libertar


Na relação com o outro vejo o lugar em que gostaria estar
Apenas deixar a vida ser
Apenas respirar
Mas não sinto assim, e o sofrimento as vezes me corrói
Sou contradição
Sou aquilo que julgo
Sou aquilo que não querer ser
E isso me dói
Sou meu maior prisioneiro
Sou um emaranhado de medo
Mas sou grata por ter a oportunidade compartilhar
De olhar pra dentro e tentar me observar
E nesse caminho encontro culpa, mas também encontro flores
Encontro a gaiola, mas também o vento pra voar
Ando na corda bamba, balanço pra lá e pra cá
E nisso, o equilíbrio soa se dar
Não há como evoluir sem pra sombra olhar
Porque se acolher é se amar
E também se libertar

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Tem dias que não dá

Tem dias que não dá
Nada funciona, marasmo
"Vou estudar algo"
Sem vontade
"Vou dar um rolê"
Não gosto daqui
"Vou fazer a mochila e viajar"
Depois não tenho pra onde ir
Senta, respira...
Um gole de chá, acende um incenso, toma um floral
Vontade de um cigarro
Vai no yoga,
passa na frente da tabacaria,
Vontade de um cigarro
Tô sem energia, vou passar um café
O café me deixou ansiosa
Vou parar com o café, não durmo bem com tanto café
Pra onde vai essa gente?
Oito horas de trabalho por dia,
Trabalho chato, cliente chato, chefe arrogante,
Três horas de trânsito por dia,

Vai chegar em casa, comer o mesmo de ontem, ver o jornal
Não, eu quero algo melhor
Qualidade de vida, gostar do trampo, comer saudável
Vai nos classificados, oito horas por dia, almoço no local, 1 domingo por mês,
Aluguel R$700, salário R$1100, será que vivo com cem por semana?
Não quero isso pra mim
Quero plantar minha comida, viver em comunidade.
Plantar comida é mais que justo
Saúde, natureza
Só ainda não sei lidar bem com meus desejos e meu trabalho na terra não rende
Mas comunidade é legal, todo mundo aprende junto
Só que tem conflitos, muitos conflitos
Somos seres que não sabemos nos relacionar direito
E eu fujo dos conflitos, ou entro de cabeça neles
Na cidade um monte de gente perdida, como eu
Na comunidade um monte de gente perdida, como eu
Mundo louco...
Senta, respira...

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

pro tempo passar

eu vou respirar fundo
tocar um violão
podar as plantas do jardim
eu vou por os livros no lugar
cantarolar uma musica qualquer
eu vou esperar o tempo passar
pode ser que eu pegue os lápis de cor
e faça um desenho qualquer
pode ser que eu pare pra me alongar
e depois de um role de bicicleta
farei planos pra hoje, pra amanha e pro ano que vem
tudo isso apenas,
pra esperar o tempo passar

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

De nada serviriam os meus poemas se eu não pudesse rasgá-los e jogá-los fora tempos depois.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

sobre amor e libertação

me ensinastes que nada se possui
me ensinastes que nem eu mesma quero me deixar possuir
muitas vezes quis, te colocar num vidro, fechar a tampa e te colocar em cima da minha praleteira
quis te engaiolar, botar um cadeado, para que não pudesses voar
mas logo tu me mostrou que tuas asas são mais fortes
fazendo com que eu reconhecesse que as minhas também são
pude não ser um objeto sexual,
pude dizer não,
pude aceitar um não,
ainda que me doesse.


e por mais que no momento queira distância de ti, já valeu a pena, todas as doses de liberdade tomada aos golinhos ao teu lado.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

É bonito ser espontânea

São Bonifácio/SC, Outubro de 2015.

Imensidão

O sono era inquieto
Madrugada, 3h30 da manhã
Era uma particular noite limpa em meio a uma primavera chuvosa
Fui para o telhado
Olhei para o céu e me deparei, como que pela primeira vez, com a imensidão
Uma imensidão de pontinhos brilhantes, entre aqueles pontinhos, o fundo negro.
Quantas seriam? Por que estariam lá? Pior... Elas realmente estariam lá?
O que preencheria o espaço entre uma e outra?
Continuei a observar as estrelas por alguns minutos
Fui tomada pelo medo
O medo da existência
Para onde iriam todas as coisas?
O que me fazia estar ali?
O que me fazia ser?
Diante daquilo tudo estavam meus sentimentos de medo, incerteza e solidão
A única coisa que eu tinha era eu mesma
Voltei para a cama
Eu queria fugir daquilo tudo
Entrei de baixo de dois cobertores
Me encolhi e me cobri por completo
A única coisa que eu tinha era a minha própria proteção
O meu próprio conforto
Eu que outrora apreciei as estrelas, encontrei nelas beleza e inspiração
Sentia-me assustada, diante de uma mesma visão
Aos poucos me dei conta, que eu também sou, assim como um céu estrelado, um universo de possibilidades
Percebi que eu mesma também sou
A própria imensidão

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Tudo, exatamente tudo segue o fluxo natural.
Não há nada que se inclua fora do universo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

dor de cotovelo

se tem uma coisa que me dá raiva em termos de paixão é levar um fora de um cara que é tão lindo e tão doce que não tenho motivos para sentir raiva!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

inércia

passo um tempão desejando fazer um monte de coisas.
então o tempo passa e eu não faço nada!
a inércia me corrói...

terça-feira, 6 de outubro de 2015

não era amor, era cilada.

Quando eu te vi atravessando a rua ao meu encontro com aquele sorriso arregaçado e aquele andar meio jogado eu já sabia que tinha me metido na maior e melhor cilada dos últimos tempos.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

sem título

Eu te confesso que não sabia porque estava ali
O que me levou a ir pra tua cama não tinha nenhum motivo prévio
Nem mesmo as lembranças das noites flutuantes do verão
O que me levou a ir pra tua cama foram apenas motivos posteriores
Foram todas as vezes abraçaria, peito junto ao peito
As línguas que estavam por se entrelaçar
Todo calor que viria nas noites frias
E agora, por fim, toda a lembrança tua, que insiste em me acompanhar.

segunda-feira, 6 de abril de 2015