quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

reflexões no terminal urbano

A cidade continua ali.
Suada,
suja,
fedida.
Com toda sua arrogância.
Fragmentada,
cimentada,
com pressa.
Exigente, a cidade quer roupa boa,
cabelo liso,
cara maquiada,
perna depilada.
A cidade é uma grande fritadeira de neurônios.
Frita e os vende mais barato que batatinha.
Ela quer que tu se debata,
crie olheiras,
compre mais.
Ela quer ter pessoas jogadas pelos cantos,
pra ter de quem sentir nojo,
pra ter a quem humilhar.
A cidade continua ali, vai continuar.
E apesar de tudo, até a imperfeição é perfeita.
Quem vai dizer que não era para a cidade ali estar?

fev/2015

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