segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Imensidão

O sono era inquieto
Madrugada, 3h30 da manhã
Era uma particular noite limpa em meio a uma primavera chuvosa
Fui para o telhado
Olhei para o céu e me deparei, como que pela primeira vez, com a imensidão
Uma imensidão de pontinhos brilhantes, entre aqueles pontinhos, o fundo negro.
Quantas seriam? Por que estariam lá? Pior... Elas realmente estariam lá?
O que preencheria o espaço entre uma e outra?
Continuei a observar as estrelas por alguns minutos
Fui tomada pelo medo
O medo da existência
Para onde iriam todas as coisas?
O que me fazia estar ali?
O que me fazia ser?
Diante daquilo tudo estavam meus sentimentos de medo, incerteza e solidão
A única coisa que eu tinha era eu mesma
Voltei para a cama
Eu queria fugir daquilo tudo
Entrei de baixo de dois cobertores
Me encolhi e me cobri por completo
A única coisa que eu tinha era a minha própria proteção
O meu próprio conforto
Eu que outrora apreciei as estrelas, encontrei nelas beleza e inspiração
Sentia-me assustada, diante de uma mesma visão
Aos poucos me dei conta, que eu também sou, assim como um céu estrelado, um universo de possibilidades
Percebi que eu mesma também sou
A própria imensidão

Nenhum comentário:

Postar um comentário